Rangel Talks: João Paulo Nascimento, Chief Commercial Officer (CCO)

A logística desempenha um papel fundamental no negócio de genéricos (…) ao longo da última década, o mercado foi apresentando inúmeros desafios aos diferentes stakeholders (…) A Rangel adaptou-se a estas dinâmicas, e respondeu em conformidade, por isso a TOWA considera a Rangel como um parceiro estratégico e de continuidade na área da logística.”

JOÃO PAULO NASCIMENTO

A TOWA é uma empresa líder no setor farmacêutico, comprometida em fornecer produtos e serviços de alta qualidade para atender às necessidades da saúde e do bem-estar. Com uma ampla gama de produtos que vão desde medicamentos genéricos até produtos de cuidados pessoais, a TOWA procura constantemente inovação e excelência para melhorar a vida das pessoas.

Em 2024, a parceria entre a TOWA e a Rangel Logistics Solutions, completa 10 anos. Ao longo deste período, fruto das várias crises vividas, o mercado foi apresentando inúmeros desafios aos diferentes stakeholders, o que exigiu uma eficiência acrescida a todos os envolvidos. Segundo João Paulo Nascimento, Chief Commercial Officer (CCO), “A Rangel adaptou-se a estas dinâmicas, e respondeu em conformidade, por isso a TOWA considera a Rangel como um parceiro estratégico e de continuidade na área da logística”.

Neste ano, a TOWA completa 20 anos em Portugal, o que revela um grande conhecimento e experiência do mercado português. Qual o balanço que fazem destas duas décadas?

Ao longo destes 20 anos, conseguimos consolidar a nossa posição no mercado, alcançamos diversos marcos e conquistamos a confiança de muitos Clientes.

Conseguimos também, construir uma sólida reputação com todos os nossos Parceiros.
Através da nossa experiência e conhecimento contínuos, procuramos entender todas as necessidades dos nossos Parceiros e oferecer soluções personalizadas que lhes permitiram aumentar a sua eficiência operacional. Deste modo, ao longo dos anos, conseguimos desenvolver e fortalecer parcerias estratégicas, que nos permitiram expandir a nossa oferta de produtos e estar mais próximo dos nossos clientes.

Outro ponto importante, é a aposta na inovação e no desenvolvimento de tecnologia. A TOWA quer estar na vanguarda das tendências tecnológicas e fornecer soluções atualizadas e alinhadas com as necessidades do nosso mercado.

Perante isto, considero que o balanço destas duas décadas é extremamente positivo. Estamos orgulhosos do que alcançamos e esperamos continuar a crescer e a oferecer soluções inovadoras a todos os que continuam a confiar em nós.

Referem que um dos vossos objetivos principais passa por contribuir para a sustentabilidade dos sistemas públicos de saúde, a igualdade de acesso aos medicamentos e a criação de um ambiente saudável para as futuras gerações. De que forma aplicam esta missão no vosso dia a dia?

Aplicamos esta missão de várias formas. Trabalhamos diariamente em pesquisa e desenvolvimento, para criar medicamentos acessíveis e de qualidade, de forma a garantir que todos tenham igualdade de acesso aos cuidados de saúde. Acreditamos que ninguém deve ser excluído do tratamento médico adequado, por questões financeiras.

Estamos comprometidos em desenvolver medicamentos mais sustentáveis, minimizando o impacto ambiental da nossa produção. Investimos continuamente em tecnologias que reduzem a poluição e otimizam a cadeia de valor, (painéis solares, materiais sustentáveis, energia verde, viaturas elétricas).

Desempenhamos um papel ativo na educação da população, sobre a importância de um estilo de vida saudável e na prevenção de doenças (ex.: workshops Dioflav). Realizamos campanhas de consciencialização e rastreios junto dos nossos Parceiros para ajudar as pessoas a adotar hábitos saudáveis e reduzir o risco de doenças crónicas.

Além disso, colaboramos com as várias entidades ligadas à saúde pública para identificar e atender as necessidades desta e das gerações futuras.

Relativamente ao cargo que assumiu em 2020, como CCO B2C da TOWA a nível europeu, como tem sido a sua experiência até então e quais foram os principais desafios?

Desde que assumi o cargo de CCO B2C da TOWA a nível europeu em 2020, tenho tido uma experiência extremamente gratificante e desafiante. Liderar a equipa comercial de 3 Países (Portugal Espanha e Itália) com diferentes culturas e hábitos, permite-nos desenvolver novas ideias e métodos de trabalho de modo a garantir que as metas e os objetivos da empresa possam ser alcançados.

Um dos principais desafios que tenho enfrentado, tem sido a adaptação aos novos modelos de mercado, apesar da indústria farmacêutica, ser um mercado um pouco mais consistente, a indústria de genéricos tem tido muitas alterações ao longo dos anos, é essencial, que estejamos constantemente atentos a essas mudanças e inovações, para poder acompanhá-las de forma rapidamente.

Além disso, lidar com diferentes mentalidades, tanto dos colaboradores, como dos consumidores na Europa, tem sido uma aprendizagem enriquecedora. É crucial compreender as especificidades de cada País e adaptar as estratégias de marketing e vendas de acordo com os mesmos.

No entanto, são estes novos reptos constantes, que tornam esta aventura extremamente estimulante e têm contribuído para o meu crescimento profissional e pessoal. Tenho aprendido muito ao longo deste percurso e estou confiante de que continuarei a desenvolver as minhas competências e a contribuir para o sucesso desta empresa.

Quais as maiores tendências que têm observado no vosso setor?

A que considero mais relevante (não só no sector farmacêutico), é a evolução impulsionada pela tecnologia, que têm gerado uma mudança na forma de pensar, trabalhar e nas necessidades e expectativas dos nossos clientes e parceiros, que nos incentivam a inovar mais e melhor e de forma muito mais célere.

Tendemos para tratamentos médicos mais personalizados e terapias mais avançadas, onde muitos medicamentos são desenvolvidos com base nas características especificas dos doentes e das patologias, permitindo encontrar um tratamento mais direcionado e eficaz. Estas novas terapias, estão a ganhar força e a tendência é procurar novas tecnologias nos permitam ser cada vez mais eficientes, como o uso de ferramentas como Inteligência Artificial que otimizam as pesquisas e permitem o desenvolvimento de medicamentos, de forma muito mais rápida e segura.

A telemedicina é também uma realidade, também aqui, a tecnologia permitiu o uso de soluções de saúde digital, como aplicativos e plataformas online, que permitem aos doentes aceder às informações médicas e comunicar com os profissionais de saúde remotamente, através de consultas médicas virtuais.

Relativamente à parceria que têm com a Rangel, completa este ano 10 anos. De que forma a mesma foi evoluindo e até contribuindo para o próprio crescimento da TOWA em Portugal?

A logística desempenha um papel fundamental no negócio de genéricos, pois na sua essência trata-se dum negócio de volumes e gestão de margens. Fruto das várias crises vividas ao longo da última década, o mercado foi apresentando inúmeros desafios aos diferentes stakeholders, exigindo a todos uma eficiência acrescida de modo a manter as margens nos níveis exigidos pelos acionistas. A Rangel adaptou-se a estas dinâmicas, e respondeu em conformidade, por isso a TOWA considera a Rangel como um parceiro estratégico e de continuidade na área da logística.

Quais os principais desafios logísticos que a TOWA enfrenta, neste momento?

O mundo pós-pandémico apresenta desafios acrescidos às empresas do setor farmacêutico, o mais importante dos quais é a crescente concentração da produção do medicamento (tanto de matérias-primas como de produto acabado) em poucas entidades e localizações geográficas, o que fez aumentar o grau de dependência da indústria, por conseguinte levando à crescente incerteza no abastecimento dos produtos. O resultado prático destas forças é o crescente número de roturas de medicamentos essenciais às populações. Também o aumento dos custos nos vários pontos das cadeias de abastecimento criou uma pressão acrescida no P&L das empresas, pois por um lado os custos aumentaram drasticamente, por outro, os sistemas de formação de preços não permitem às empresas refletirem esses aumentos no preço final dos medicamentos.

Esperam crescer em alguma área em particular, nos próximos anos?

Sim, esperamos crescer sem dúvida! E para crescer teremos de inovar, não queremos de modo algum deixar de ser uma empresa de referência no sector farmacêutico em Portugal. Além da aposta na aquisição de novos medicamentos genéricos, pretendemos crescer no mercado de medicamentos de venda livre e enveredar pelo caminho dos dispositivos médicos, tendo já, iniciado acordos com novos parceiros, experientes nestes mercados.

Como perspetivam a TOWA em Portugal daqui a 20 anos, já com 40 anos de experiência?

Na Towa, estamos a otimizar a cadeia de valor e a sincronizar as equipas de forma transversal, para reagir e responder à estratégia e filosofia da empresa mais rapidamente (produção com energias renováveis e métodos de trabalho inovadores com equipas multidisciplinares, TOWA TAIKO). A nossa ambição é abordar paralelamente a melhoria do desempenho da cadeia de valor e a sincronização de processos transversais, a todos os níveis, é um grande desafio… mas acreditamos, que ativando a colaboração em equipa e aumentando a automatização, seremos mais eficientes, teremos informação mais fiável e poderemos tomar melhores decisões. Com estas ações, decerto, iremos facilitar a nossa expansão global, pelo que acredito que daqui a 20 anos teremos uma TOWA “especialista” e ainda mais consolidada no mercado farmacêutico.