Quais as oportunidades de negócio entre Angola e RDC (República Democrática do Congo)? 15 de Julho, 2022 Rangel Logistics Solutions Exportação, Importação, Internacional Angola e a República Democrática do Congo (RDC) têm assinado nos últimos anos diversos acordos de cooperação em domínios como a segurança e o comércio bilateral. Mas, em termos práticos, que impacto exercem esses acordos? E que oportunidades de negócio entre Angola e RDC podem surgir? Conheça com mais detalhe os desafios e as oportunidades que estes mercados oferecem. Angola e a República Democrática do Congo: o estreitamento de relações diplomáticas Quando se fala de expansão para os mercados externos, os primeiros parceiros com quem se estabelecem laços comerciais são os países fronteiriços. Uma vez que existe a proximidade e partilha de fronteiras, as nações vizinhas têm frequentemente fortes ligações diplomáticas e económicas. Pois bem, esta questão reveste-se de especial importância num continente como o africano, que tem um longo caminho a percorrer em termos de desenvolvimento económico, combate à pobreza e às desigualdades sociais, promoção da estabilidade política e criação de infraestruturas, entre outros aspetos. Nesse sentido, o estabelecimento de acordos de cooperação entre países vizinhos ou entre nações de uma determinada região é uma das vias possíveis para fomentar o desenvolvimento económico e social dos envolvidos. Angola e a República Democrática do Congo são países vizinhos e partilham a mais longa fronteira terrestre em África (com 2.511 quilómetros de extensão). A colaboração entre as duas nações tem estado particularmente focada nos temas relacionados com a segurança, paz e estabilidade, mas também têm sido realizadas iniciativas no âmbito das trocas comerciais bilaterais. Espera-se que estes acordos possam estimular as oportunidades de negócios entre Angola e RDC. Ainda no final de outubro de 2021, os dois países assinaram um acordo de cooperação comercial. E em setembro de 2020, já tinham assinado três acordos de cooperação para combater os crimes que se registam nas fronteiras entre os dois países – sobretudo relacionados com questões como a imigração ilegal, o contrabando de combustível, o tráfico de diamantes e medicamentos, entre outros. Os laços entre os dois países são ainda reforçados pelo facto de ambos pertencerem à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e à Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL). As trocas comerciais e oportunidades de negócio entre Angola e RDC Apesar da proximidade e do reforço de relações diplomáticas entre os dois países, analisando os números é possível verificar que as trocas comerciais e o negócio entre Angola e RDC ainda têm pouco peso ou relevância na balança comercial de ambos. De acordo com os dados compilados pelo Observatory of Economic Complexity (OEC), em 2020 as exportações angolanas para a República Democrática do Congo não foram além dos 11,7 milhões de dólares, o que representou 0,05% do total de exportações angolanas. Já as exportações do Congo para Angola cifraram-se apenas nos 1,91 milhões de dólares, segundo a mesma fonte. O que pode então ser feito para dinamizar as oportunidades de negócio entre Angola e RDC? Em declarações ao Jornal de Angola, no final do ano passado, Tomé Lola, primeiro secretário e encarregado dos Assuntos Económicos da Embaixada de Angola na RDC, explicava que a burocracia e a “desconfiança mútua” são dois exemplos de fatores que estão a travar um maior dinamismo do comércio transfronteiriço entre aqueles dois Estados. No entanto, sublinhou que existem inúmeras oportunidades de negócio para os empresários de ambos os países. Do lado angolano, por exemplo, o Congo é um mercado de grandes dimensões, que já ultrapassou a barreira dos 90 milhões de habitantes e que pode também funcionar como uma porta de entrada para outros mercados vizinhos da RDC. Da mesma forma, o Congo pode beneficiar da proximidade de Angola para ter acesso a produtos que o país não produz. O mercado de Angola à lupa Angola é uma das mais relevantes economias africanas. Apesar de, nos últimos anos, o país ter mergulhado num ciclo recessivo (devido à baixa da cotação do petróleo), em 2021, o PIB do país voltou a recuperar para terreno positivo (0,7%), segundo dados preliminares. E a perspetiva do Banco Mundial é de que a economia angolana cresça em 2022 cerca de 3,1%, à boleia da recuperação da cotação e produção de petróleo, bem como de um melhor desempenho de outros setores (como a indústria extrativa, construção e agricultura). Muito dependente do petróleo – que pesa 50% no PIB nacional e representa 97% das exportações –, Angola apresenta alguns fatores que podem dificultar a entrada de investidores estrangeiros. Algumas entidades salientam, por exemplo, o facto de o país ainda ter um clima de negócios difícil. Na última edição do ranking Doing Business (2020), o país ficou na 177.ª posição no conjunto de 190 países, relativamente à facilidade em se fazer negócios. Contudo, as oportunidades estão à espreita. De acordo com a International Trade Administration (ITA) dos Estados Unidos da América, as tecnologias associadas à exploração de petróleo e gás, os equipamentos de energia elétrica, os equipamentos e produtos agrícolas, as tecnologias marítimas e o setor dos transportes são algumas das áreas-chave que poderão gerar maiores oportunidade de negócio. Os desafios e oportunidades da economia da República Democrática do Congo A República Democrática do Congo é o segundo maior país de África, em termos de território. Com uma localização geográfica privilegiada, bem no coração do continente africano, faz assim fronteira com nove países. A relação com os países vizinhos nem sempre é pacífica e está marcada por tensões (nomeadamente com o Ruanda). Segundo o guia “Investor’s Journey” publicado pela Agência Nacional para a Promoção do Investimento da RDC, este mercado apresenta múltiplas oportunidades de negócio para os investidores estrangeiros, em particular no setor agrícola, na indústria mineira, e na área dos hidrocarbonetos. Rico em biodiversidade e em recursos naturais – nomeadamente cobre, cobalto, tântalo, estanho, diamantes ou ouro –, o país apresenta, no entanto, um clima de investimento desafiante. De acordo com os dados da ITA, entre os desafios à entrada na República Democrática do Congo, constam as dificuldades no fornecimento de eletricidade e água, os elevados custos do transporte, um sistema fiscal complexo e a elevada burocracia. Já no que diz respeito às oportunidades para as empresas estrangeiras, a ITA refere que o setor mineiro congolês vai continuar a atrair empresas de todo o mundo e que o desenvolvimento das baterias para os carros elétricos está a impulsionar a procura por cobalto. Além disso, os setores da energia, agricultura, das telecomunicações e dos transportes são algumas das áreas em desenvolvimento que poderão gerar oportunidades de negócio para as empresas estrangeiras. Segundo as previsões mais recentes do Banco Mundial, a economia congolesa deverá crescer 6% em 2022. No entanto, a entidade alerta para o facto de este país estar muito dependente da exportação de trigo da Rússia e Ucrânia, pelo que deverá sofrer pressões inflacionistas em relação ao preço dos alimentos. Se está interessado em explorar as oportunidades de negócio entre Angola e RDC ou noutro mercado, contacte-nos. A Rangel tem uma forte presença em diversos pontos do continente africano, nomeadamente em Angola, África do Sul, Moçambique, Cabo Verde e Zâmbia, onde oferece um leque de serviços completos de logística e transporte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:Jornal de Angola, “Comércio com a RDC sai reforçado”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://www.jornaldeangola.ao/Jornal de Angola, “Uma rota comercial procurada mas que precisa remover obstáculos”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://www.jornaldeangola.ao/Observatory of Economic Complexity (OEC), “ Angola – Democratic Republic of the Congo”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://oec.world/en/profile/bilateral-country/ago/partner/codMinistério das Relações Exteriores, “Angola e RDC reforçam cooperação”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://mirex.gov.ao/Embaixada de Portugal na República Democrática do Congo, “Ficha de Mercado”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://kinshasa.embaixadaportugal.mne.gov.pt/National Investment Promotion Agency, “Investor’s Journey”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://www.investindrc.cd/en/International Trade Administration, “Angola – Country Commercial Guide”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://www.trade.govInternational Trade Administration, “Democratic Republic of the Congo – Country Commercial Guide”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://www.trade.gov/Banco Mundial, “Global Economic Prospects – June 2022”. Acedido a 24 de junho de 2022.https://www.worldbank.org Etiquetas:angola exportações importações rdc Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter Partilhar no LinkedIn
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