Importar da China: opções de transporte e tempos de trânsito 23 de Agosto, 2024 Rangel Logistics Solutions Importação A China encontra-se entre os principais fornecedores de Portugal. As trocas comerciais entre os dois países têm registado um significativo aumento nos últimos anos, refletindo, sem dúvida, um novo ciclo no relacionamento entre Lisboa e Pequim. Nesse sentido, importar da China tornou-se cada vez mais comum entre as empresas portuguesas. De acordo com os dados divulgados pelo Gabinete de Estudos e Estratégia, o crescimento das importações de bens chineses, por parte de Portugal, tem vindo a desenvolver-se de forma sustentada nos últimos anos. Aliás, registou um incremento de 235,9% entre 2018 e 2022. Embora o gigante asiático se afirme como sexto maior fornecedor de bens para Portugal, o processo de importação pode ser desafiador e demorado. Afinal, a distância entre os dois mercados é de 9.252 quilómetros em linha aérea, sendo que as rotas de transporte entre os países podem incluir várias escalas e resultar em tempos de trânsito prolongados para as importações da China. Assim, e dependendo do tipo de mercadoria, da quantidade e do meio de transporte, importar bens da China pode demorar entre três e 48 dias, desde a conclusão do negócio com os fornecedores até à chegada da mercadoria ao destino final. Importar da China: afinal, quanto tempo demora? Para que o processo de importar da China decorra de forma célere e cumprindo os prazos de entrega estipulados, é fundamental contar com parceiros de confiança, estar informado acerca das melhores opções de transporte e, claro está, dos tempos de trânsito associados. Importar da China por via marítima O transporte marítimo, seja através de contentor completo (FCL) ou de contentores de grupagem (LCL), é, decerto, o método mais comum e económico para importar produtos da China para Portugal. É especialmente adequado para remessas grandes, pesadas ou volumosas, sem restrições de tempo rigorosas. Uma vez que o frete marítimo oferece a vantagem de garantir a movimentação de elevados volumes e a um baixo custo, torna-se numa opção economicamente atrativa para muitas empresas que pretendem importar da China. Contudo, os tempos de trânsito por mar são geralmente mais longos, podendo oscilar entre 35 e 48 dias. Importar da China por via aérea No que concerne ao transporte aéreo, este é, sem dúvida, o método de envio mais rápido para importar da China. Para remessas urgentes, mercadorias de alto valor ou com prazo de validade reduzido, esta é uma alternativa muito vantajosa. No entanto, é uma opção mais dispendiosa e poluente, especialmente no caso de remessas maiores ou mais pesadas. Embora apresente custos mais elevados, a sua celeridade e segurança tornam esta opção compensadora para muitas empresas. Por regra, uma encomenda oriunda da China, transportada por avião, demora entre 3 e 7 dias para chegar a Portugal. Contudo, para entregas rápidas ou com características que lhes confiram um estatuto de urgência na entrega, pode requisitar o transporte urgente. Neste caso, o tempo de trânsito varia, então, entre um a três dias. Importar da China por via ferroviária Esta opção implica a articulação com outros meios de transporte (marítimo, rodoviário ou aéreo), a partir de um centro de distribuição europeu. Apesar de exigir um planeamento mais complexo da rota, o transporte ferroviário pode ser a escolha indicada para mercadorias não urgentes e não perecíveis. Esta opção apresenta, assim, tempos de trânsito estimados entre 17 e 20 dias. Pode, portanto, ser uma escolha benéfica para quem procura a melhor relação entre o tempo de trânsito e o custo associado. Como importar da China: fatores que impactam o tempo de transporte e o custo das importações O tempo de trânsito pode ser impactado por um conjunto muito amplo de fatores. Englobam-se aqui, por exemplo, condições climáticas adversas, congestionamento nos portos, escassez de transportadores disponíveis ou interrupções na cadeia de abastecimento. No entanto, ao importar da China, também o processo alfandegário tem uma repercussão significativa nos prazos, sendo necessário acautelar devidamente esta componente. Assim, garante que não existem atrasos devido a inspeções adicionais ou a documentação incompleta, por exemplo. Aliás, importa sublinhar que as barreiras alfandegárias e regulatórias afetam o cronograma de entrega das mercadorias, mas não só: aumentam, também, os custos logísticos para as empresas importadoras. É, por conseguinte, essencial investir num planeamento adequado para minimizar os impactos negativos da alfândega no fluxo de importação de produtos. Preste, pois, uma especial atenção aos seguintes fatores quando importar da China: Documentos de desalfandegamento Ao importar da China, deve preparar um conjunto de documentos essenciais para o desalfandegamento, procurando assim evitar atrasos desnecessários durante o processo de comércio internacional de mercadorias. Existem diversos procedimentos e formalidades que requerem especial atenção, a saber: Fatura comercial: detalha a transação entre o comprador e o vendedor, incluindo preços e condições de venda; Packing list: lista que especifica itens, quantidades e embalagens de uma remessa; Estatuto de operador económico autorizado (AEO): reconhecimento da confiabilidade do operador na cadeia logística internacional; Prova de origem: certifica a origem das mercadorias; Informações pautais vinculativas: informação prévia fornecida pelas autoridades aduaneiras sobre a classificação tarifária de um produto; Informações vinculativas em matéria de origem: informação oficial sobre a origem de um produto, usada para determinar os direitos aduaneiros aplicáveis. Dependendo do meio de transporte, podem ser exigidos documentos adicionais para o desalfandegamento das mercadorias, por exemplo: Conhecimento de embarque (transporte marítimo): emitido pelo transportador marítimo, serve como recibo de carga e contrato de transporte; Carta de porte rodoviário (importar da China por via terrestre): detalha os termos e condições do transporte rodoviário, funcionando como recibo de carga; Conhecimento de embarque FIATA (transporte combinado): documento utilizado em transportes multimodais e emitido pela Federação Internacional das Associações de Transitários; Carta de porte aéreo (frete aéreo): emitido pelo transportador aéreo, funciona como recibo de mercadoria e contrato de transporte; Carta de porte ferroviário (frete ferroviário): detalha os termos do transporte ferroviário e serve como recibo da carga; Livrete ATA (todas as formas de transporte): documento internacional que permite a importação temporária de mercadorias sem pagar impostos aduaneiros; Caderneta TIR (Transportes Combinados Rodoviários e Outros Transportes): usada para o transporte internacional de mercadorias em regime de trânsito aduaneiro simplificado; Lista de carregamento: detalha todos os itens carregados no transporte, incluindo quantidades e descrições. O impacto logístico do Ano Novo Chinês ao importar da China O Ano Novo Chinês é, inegavelmente, o feriado mais significativo da China, impactando profundamente as trocas comerciais com o país. Durante este período, observa-se, então, um dos maiores fluxos migratórios globais e uma paralisação generalizada das atividades empresariais, afetando a cadeia logística por 35 a 40 dias e incrementando os custos de transporte. Assim sendo, para evitar atrasos e custos adicionais ao importar da China, pode: Antecipar as necessidades de stock; Aumentar as reservas de carga; Planear o tempo de trânsito adicional; Preparar a documentação; Monitorizar a carga em tempo real; Atualizar o plano de contingência, caso haja atrasos. Crescimento do e-commerce na China A meteórica ascensão dos retalhistas de e-commerce chineses está a provocar uma transformação significativa na indústria global de carga aérea, afetando diretamente todas as empresas que importam desta superpotência asiática. Uma vez que o modelo de negócio destes retalhistas gigantes assenta no envio rápido das mercadorias, a procura por espaço de carga aérea tem aumentado exponencialmente. Como resultado, os custos do frete aéreo a partir de grandes centros, como Guangzhou e Hong Kong, dispararam. Para quem pretende importar da China, o impacto desta nova realidade é incontornável. Nesse sentido, para lidar com o aumento dos preços e a escassez de capacidade, as organizações são forçadas a procurar alternativas. Cada vez mais optam, por exemplo, pelo transporte marítimo — uma opção mais económica, ainda que menos célere. A importância dos parceiros logísticos nestas operações Considerando as minudências do processo de importar da China, é crucial, sem dúvida, trabalhar com um parceiro logístico de confiança para garantir a supervisão e a coordenação operacional de todo o processo. Afinal, um operador logístico experiente pode oferecer serviços como transporte multimodal, desalfandegamento (reunindo toda a documentação necessária), armazenagem, distribuiçãoe serviços de rastreamento, a título de exemplo. Se procura um parceiro logístico qualificado que o ajude a importar da China de forma eficiente, célere e segura, contacte a Rangel. Contamos com equipas especializadas em serviços aduaneiros e, igualmente, com soluções de transporte internacional de mercadorias adaptadas às necessidades específicas de cada negócio. Etiquetas:china importações Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter Partilhar no LinkedIn
19 de Outubro, 2023 Aduaneira, Exportação, Importação, Viewpoints “Taxas aduaneiras”: a que nos referimos quando usamos esta expressão? Ler mais