Gestão de Armazém: segredos para garantir o incremento da eficiência

Cabe às operações de logística a responsabilidade de garantir que o produto certo chega ao destino indicado no prazo estipulado e nas condições ideais. Ora, neste complexo processo, a gestão de armazém desempenha, sem dúvida, um papel decisivo. As ineficiências e os problemas que se verificam neste ponto acabam, pois, por apresentar consequências nefastas para toda a cadeia de abastecimento.

Por conseguinte, revela-se fulcral atentar nas estratégias de gestão de armazém, de modo que se assegure um serviço confiável, eficiente e a um baixo custo. Neste guia de perguntas e respostas, debruçamo-nos, portanto, sobre os vários tipos de armazém e sobre os modelos de armazenagem a considerar neste âmbito.

Antes de mais, o que se entende por “armazém”?

Uma breve passagem pelo Cambridge Dictionary oferece-nos uma noção básica sobre este conceito central no âmbito da logística. Um armazém é um “edifício de grandes dimensões onde se armazenam mercadorias antes de serem vendidas”.

A existência destas instalações justifica-se pelo facto de, naturalmente, se demonstrar praticamente impossível a existência de uma sintonia perfeita entre os níveis e o ritmo de produção e os de consumo. Desse modo, as empresas necessitam de um espaço para armazenar o seu stock durante o período que medeia a produção e a entrega ao cliente.

No entanto, importa notar que, relativamente à gestão de armazém, estes locais podem responder ao desafio de guardar uma grande variedade de produtos: acabados, semiacabados ou, até, matérias-primas. Além disso, é imperioso que todos os procedimentos e cuidados concernentes ao armazenamento (como o controlo da temperatura, por exemplo) equacionem as especificidades de cada mercadoria.

Que tipos de armazém existem?

Consoante a especificidade do serviço prestado, assim como da natureza da gestão de armazém, podemos distinguir, neste campo, várias tipologias. Entre outros:

  • Armazém privado: espaço próprio de uma empresa, geralmente de grandes dimensões;
  • Armazém geral: operado por prestadores especializados de serviços logísticos;
  • Armazém alfandegário: recebe e armazena mercadorias destinadas à exportação e à importação;
  • Armazém de cross-docking: plataforma concebida para assegurar a movimentação rápida de produtos, entre transportes;
  • Armazém frigorífico: garante as condições necessárias para a manutenção de produtos perecíveis, que carecem de baixas temperaturas (logística da cadeia de frio);
  • Armazém on-demand: solução de armazenagem flexível e temporária, adaptável às necessidades de cada empresa;
  • Armazém “escuro” (dark warehouses): por serem totalmente autónomos, automatizados e conectados, não exigem intervenção humana (nem iluminação).

Gestão de armazém: quais são as principais operações a considerar?

A gestão de armazém — enquanto processo global de supervisão das operações de armazenagem — engloba, decerto, um conjunto amplo de processos, procedimentos e operações. Subjaz a cada um desses elementos, sem dúvida, a capacidade para comprometer a fluidez, a segurança e a eficiência de toda a cadeia de abastecimento.

Nesse sentido, para alcançar um nível ótimo de precisão e eficácia logística nas organizações, importa equacionar cada uma dessas operações, procurando garantir a sua sistemática e metódica otimização.

1. Receção

Trata-se, claro está, de uma etapa determinante no âmbito da gestão de armazém. Afinal, a receção de uma mercadoria nas instalações de armazenagem pode determinar a fluidez de todo o processo subsequente.

Importa, nesta etapa, verificar a integridade de todos os itens recebidos, assegurando a correspondência das referências e as quantidades. Os procedimentos concernentes ao controlo de qualidade e à conferência (verificação e validação das mercadorias) passa, igualmente, pela confirmação da documentação que deve acompanhar cada mercadoria e, depois, pelo inbound no sistema informático.

2. Armazenamento

Os itens recebidos são, então, movidos para os locais de armazenamento mais indicados — tendo em consideração fatores como as características de cada produto, a rotação de stock ou o próprio layout do armazém.

A eficiência e precisão deste processo revela-se fundamental na garantia da segurança dos produtos, mas também dos trabalhadores. Além disso, a alocação das mercadorias deve reger-se pelo desiderato de otimizar a utilização do espaço, de facilitar o seu rastreamento e de minimizar os tempos de movimentação das cargas.

3. Picking

No âmbito da gestão de armazém, a agilidade do processo de recolha dos itens apresenta um impacto significativo no fluxo dos materiais. A otimização deste processo demonstra-se fundamental para o rigor da gestão de pedidos, bem como para a redução de erros (diretamente correlacionada com a satisfação dos clientes) e para a ampliação da rentabilidade das organizações.

Importa, pois, que a gestão de armazém avalie o melhor modelo de pickinga adotar em cada caso, e que se avaliem, também, as vantagens da automatização (parcial ou total) deste processo.

4. Expedição

Nesta etapa final, no que respeita à gestão de armazém, incluem-se vários processos logísticos. Primeiramente, as práticas relativas ao embalamento, que exigem um amplo leque de cuidados: dos métodos de acondicionamento à etiquetagem, passando pela sinalização das mercadorias frágeis, por exemplo.

Por fim, as encomendas estão prontas para serem expedidas. Esta última etapa contempla, portanto, os fatores associados ao transporte e respetivo planeamento, garantindo que uma determinada mercadoria chega ao destino final, cumprindo todos os requisitos de segurança e os prazos indicados.

Que estratégias adotar para aumentar a eficiência da gestão de armazém?

Atendendo ao envolvimento de múltiplos processos, sistemas, precauções, estratégias e pessoas, a fluidez da gestão de armazém requer, sem dúvida, respostas a vários desafios. Destacamos, assim, alguns deles:

  • Falta de visibilidade — a capacidade de rastrear, em tempo real, toda a atividade de armazenagem revela-se fundamental para a precisão da gestão de inventário e para o combate a situações de excesso ou rutura de stock, por exemplo;
  • Volatilidade da procura — as flutuações no consumo de determinados produtos, em virtude da sua sazonalidade ou dos esforços de marketing, a título ilustrativo, também podem desencadear dificuldades na gestão de armazém;
  • Ineficiências operacionais — a falta de otimização e agilidade de determinados procedimentos no interior do armazém acarreta, certamente, repercussões no cumprimento de prazos de toda a cadeia de abastecimento;
  • Falta de investimento na automação — se a gestão de armazém ainda depende excessivamente de procedimentos manuais para o controlo da qualidade, o rastreamento dos itens, a verificação da documentação ou a movimentação de mercadorias, por exemplo, ficará mais vulnerável relativamente a erros humanos.

Ora, neste quadro desafiante, é crucial que as operações logísticas de armazenagem sigam um conjunto de boas práticas e estratégias de atuação, a saber:

Delimitação das áreas do armazém

Este é, certamente, um dos fatores mais relevantes para a otimização das operações de armazenagem. Os vários tipos de materiais, bem como os vários tipos de processo, devem ter um espaço devidamente preparado e equipado para responder às suas necessidades específicas.

Falamos, então, de zonas de carga e descarga, de áreas de consolidação ou de armazenamento temporário, de áreas de picking e packing e, claro, dos lugares de armazenamento propriamente ditos. No layout do armazém, deve considerar-se, ainda, a existência de áreas desocupadas, ou seja, um espaço disponível para dar resposta a imprevistos.

Otimização do espaço de armazenagem

Além da delimitação de áreas para cada operação, é essencial ponderar o modelo de organização das mercadorias nas instalações. De notar que a subutilização de um armazém logístico pode demonstrar-se altamente dispendiosa. As estratégias de potenciação do espaço tornam a movimentação de mercadorias mais célere, garantem uma gestão mais eficaz do stock e aumentam os níveis de segurança.

Agilização do fluxo dos materiais

No que respeita à eficiência da gestão de armazém, a otimização dos fluxos de entrada e saída das mercadorias é crucial. Para isso, a sua classificação, em virtude de fatores como a prioridade de saída ou a frequência de manipulação, é um passo fundamental. O objetivo passa, então, por reduzir ao máximo o manuseamento de cada item e os movimentos dentro das instalações.

Digitalização da gestão de armazém

Na era da logística 4.0, os softwares de Warehouse Management System (WMS), Warehouse Control System (WCS) e Enterprise Resource Planning (ERP), por exemplo, desempenham um papel cada vez mais imprescindível nas operações de armazenagem. Afinal, garantem um substancial incremento da visibilidade, da precisão, do controlo e da rapidez.

Além disso, num momento em que o conceito de “armazém inteligente” assume um crescente protagonismo, importa equacionar as vantagens da automação de determinadas tarefas, por meio de tecnologias munidas de inteligência artificial generativa, de sensores de IoT (Internet of Things) ou de RFDI (Radio Frequency Identification).

Se procura um parceiro logístico que garanta uma gestão de armazém eficiente e inteligente — beneficiando das enormes potencialidades da tecnologia de ponta —, confie na excelência da equipa Rangel. Conheça o nosso conjunto alargado de serviços e soluções de armazenagem e invista na competitividade da sua empresa!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Safety Culture. “A Comprehensive Guide to Warehouse Management”. Acedido a 5 de julho de 2024.
Hopstack. “Warehouse Management: A Comprehensive Guide”. Acedido a 5 de julho de 2024.
Interlake Mecalux. “Warehousing logistics: definition, objectives and areas of work”. Acedido a 5 de julho de 2024.
Inbound Logistics. “11 Types of Warehouses: A Complete Guide to Their Uses”. Acedido a 5 de julho de 2024.