Exportar para os Estados Unidos: oportunidades e principais barreiras 11 de Agosto, 2023 Rangel Logistics Solutions Exportação Conhecidos como “a terra das oportunidades”, os Estados Unidos tornaram-se na maior economia mundial, além de constituírem o principal importador de bens no comércio internacional. Assim, não espanta que surjam, cada vez mais, no radar das empresas portuguesas. Aliás, essa tendência verifica-se nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), comprovando que os EUA são o quarto principal destino das exportações lusas, antecedido apenas por Espanha, França e Alemanha. Se a sua empresa ambiciona exportar para os Estados Unidos, descubra, então, algumas informações úteis sobre o funcionamento deste mercado. Exportar para os Estados Unidos: porque apostar neste mercado? A exportação revela-se, certamente, um caminho incontornável para as empresas portuguesas que desejam crescer e manter-se competitivas. Tradicionalmente, os países europeus (principalmente dentro do espaço comunitário) permanecem como os destinos preferenciais dos produtos portugueses. Contudo, outros mercados têm conquistado também um peso crescente na balança comercial portuguesa, nomeadamente os Estados Unidos. Em 2022, de acordo com o INE, as exportações portuguesas para este mercado cresceram 43%, comparativamente com o ano anterior, alcançando um total de 5.076 milhões de euros. Esta progressão explica-se por uma maior abertura do mercado norte-americano aos produtos europeus, pretendendo assim diversificar os seus parceiros comerciais e mitigar o risco de constrangimentos de abastecimento, como os verificados na Ásia no passado recente. Segundo a AICEP, entre as principais oportunidades de negócio para as empresas lusas no mercado norte-americano incluem-se, por exemplo, produtos do setor da saúde. Recorde-se, aliás, que os EUA constituem o país com as despesas mais elevadas em saúde e investigação médica. Todavia, as oportunidades não se cingem a esta área. Sendo o país líder do mercado tecnológico global, nos EUA surge também potencial para que as empresas portuguesas explorem e forneçam soluções para a digitalização da economia. Benefícios de exportar para os Estados Unidos Sem dúvida, os Estados Unidos apresentam um conjunto alargado de vantagens para as empresas exportadoras portuguesas. Afinal, falamos de um mercado… com uma dimensão colossal (338 milhões de consumidores), forte poder de compra e um PIB per capita elevado; desenvolvido, dinâmico e diversificado, oferecendo oportunidades de negócio em múltiplos setores de atividade; com uma economia aberta e segura, além de um enquadramento empresarial favorável à criação e ao desenvolvimento de negócios. Aliás, segundo o ranking da Economist Intelligence Unit, os EUA surgem como o 4.º país (no total de 82) com melhor ambiente de negócios. Principais desafios de exportar para os Estados Unidos No entanto, o mercado norte-americano apresenta também alguns obstáculos que as empresas devem acautelar e analisar previamente, para assegurarem o sucesso das suas operações de exportação. Entre eles destacamos alguns aspetos como, por exemplo: Esta consiste na maior economia mundial, logo, sustenta um ambiente fortemente concorrencial, no qual empresas de todo o globo ambicionam estar presentes. Ao decidir exportar para os Estados Unidos, os seus produtos competirão com inúmeros artigos locais e estrangeiros. Por isso, revela-se um mercado muito exigente, no qual se torna vital apostar em produtos diferenciados, inovadores, de elevada qualidade e com valor acrescentado. Não poderá, decerto, encarar os Estados Unidos como um mercado uniforme. Afinal, esse país integra 50 estados, com diferentes culturas e perfis de consumidores distintos, além de regras e enquadramentos legais e fiscais específicos. Assim, empresas que pretendam exportar para os Estados Unidos deverão realizar um estudo prévio para identificar a estratégia mais adequada na abordagem de um mercado tão heterogéneo. Uma das características da sociedade norte-americana consiste na sua forte litigância. As firmas portuguesas que ambicionem exportar para os Estados Unidos deverão, assim, preparar-se para enfrentar este traço cultural com cautela. Afinal, facilmente uma organização pode envolver-se em processos contenciosos, morosos e onerosos. Por isso, torna-se essencial para uma empresa exportadora contar com o apoio jurídico local, não só para prevenir eventuais situações que podem originar processos judiciais, mas também para receber suporte na gestão de litigâncias. Se está a ponderar exportar para os Estados Unidos, deve atentar ainda noutro facto: nos últimos anos, reforçaram-se políticas protecionistas (por exemplo, o Buy American Act), que privilegiam a compra de bens e serviços americanos, em detrimento de artigos de origem externa. 5 conselhos para exportar para os Estados Unidos Além das recomendações já mencionadas, existem ainda outras informações úteis para quem equaciona a possibilidade de exportar para os Estados Unidos. 1. Conhecer profundamente o mercado Tendo em conta a dimensão dos EUA, pode considerar optar por uma abordagem regional, identificando, então, nichos de mercado, consoante as características dos seus produtos. Se não sabe exatamente como começar, pode, por exemplo, participar em feiras e eventos setoriais, para conhecer outros players do mercado, potenciais clientes e parceiros de negócio. Procure também aconselhamento junto de organizações experientes no mercado norte-americano, como a AICEP. 2. Manter um parceiro local Um dos aspetos mais críticos no processo de exportação para os EUA consiste em encontrar parceiros locais de confiança, garantindo que o distribuidor selecionado possui as soluções de armazenagem e logística mais adequadas para os seus produtos. Esses parceiros terão, certamente, um papel fundamental na prospeção de mercado, na angariação de clientes e na promoção dos seus artigos no território americano. 3. Estar a par da legislação e das regras comerciais em vigor Em primeiro lugar, deve confirmar a ausência de restrições à entrada dos seus produtos no mercado norte-americano. Além disso, torna-se fulcral conhecer a legislação, o regime fiscal e o enquadramento regulatório associados aos bens a exportar — que, em alguns casos, podem revelar-se bastante exigentes. Por exemplo, a importação de produtos alimentares está sujeita a um controlo rigoroso pelas autoridades, obrigando os exportadores a procedimentos de registo e notificação prévia junto da Food and Drug Administration (FDA). Também a rotulagem, principalmente de bens alimentares, revela-se complexa. Portanto, torna-se fundamental manter-se a par das atualizações legais regulares. 4. Conhecer os custos de exportar para os Estados Unidos Relativamente aos custos aduaneiros, lembramos que não existe um acordo comercial preferencial entre os EUA e a União Europeia. Desse modo, as empresas portuguesas não beneficiam de isenções ou reduções das taxas dos direitos aduaneiros na entrada dos seus produtos nesse mercado. Por conseguinte, vigora entre as partes o tratamento da nação mais favorecida — seguindo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Quanto aos encargos associados ao processo de exportar para os Estados Unidos, salientamos ainda a importância de analisar a variável “transporte de mercadorias”, determinante não só pelas grandes distâncias a percorrer até ao destino, mas também devido aos seus valores crescentes. 5. Preparar toda a documentação necessária Por fim, informe-se e prepare toda a documentação essencial para exportar para os Estados Unidos. A par dos documentos habitualmente requeridos nestas transações comerciais — fatura comercial, documentos de transporte (por exemplo, bill of lading), certificado de origem, entre outros —, poderá revelar-se necessário o cumprimento de outras formalidades relativas aos produtos específicos que tenciona exportar para os Estados Unidos. Além disso, certifique-se de que preenche de forma precisa e completa toda a documentação. Os serviços alfandegários norte-americanos podem aplicar coimas severas (até 40% do valor das mercadorias), em caso de fraude ou negligência no cumprimento destas obrigações. Procura o apoio de um parceiro logístico de confiança, com experiência em operações de exportação para os EUA? Então, contacte o grupo Rangel. Com uma equipa de especialistas e um conjunto diversificado de serviços logísticos, a Rangel poderá apoiar a sua organização, quando exportar para os Estados Unidos, garantindo, decerto, um processo bem-sucedido. Conhecidos como “a terra das oportunidades”, os Estados Unidos tornaram-se na maior economia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:Instituto Nacional de Estatística. “Estatísticas do comércio internacional — Indícios de perda de quota de mercado das exportações portuguesas para os três principais mercados de destino — 2022”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=616015352&DESTAQUESmodo=2Instituto Nacional de Estatística. “Comércio internacional — Exportações e importações aumentaram 9,5% e 9,1% em termos nominais — dezembro de 2022”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=581119865&DESTAQUEStema=55448&DESTAQUESmodo=2AICEP. “Ficha de mercado: Estados Unidos”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://myaicep.portugalexporta.com/mercados-internacionais/us/estados-unidos-da-america?setorProduto=-1AICEP. “Exportar para os Estados Unidos: o que saber?”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.portugalexporta.pt/noticias/exportar-para-estados-unidosAICEP. “Ficha de entrada no mercado: Roupa de cama, banho e mesa nos Estados Unidos da América”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.portugalexporta.pt/sites/default/files/2023-03/roupa-cama-banho-mesa-eua.pdfDepartment for Business & Trade. “Exporting guide to United States”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.great.gov.uk/markets/united-states/Trade Commissioner Service. “Exporting to the United States — Dealing with US Customs”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.tradecommissioner.gc.ca/guides/us-export_eu/141461.aspx?lang=engDGAV. “Requisitos de exportação para os Estados Unidos”. Acedido a 17 de julho de 2023.https://www.dgav.pt/comerciointernacional/conteudo/exportacao-para-paises-terceiros/generos-alimenticios-e-subprodutos-de-origem-animal/generos-alimenticios-de-origem-animal/requisitos-para-exportacao/estados-unidos-estados-unidos-da-america/ Etiquetas:EUA exportações Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter Partilhar no LinkedIn
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