Como implementar uma cultura de segurança na logística? 22 de Outubro, 2021 Rangel Logistics Solutions Logística Os números da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que todos os anos cerca de 313 milhões de pessoas sofrem algum tipo de lesões profissionais. Apesar dos progressos registados ao longo das últimas décadas na promoção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis, os indicadores relacionados com os acidentes de trabalho permanecem elevados. Na verdade, este tema constitui, cada vez mais, uma preocupação central das empresas, incluindo as organizações do setor logístico. Conheça algumas recomendações para desenvolver uma forte cultura de segurança na logística. A importância de criar uma cultura de segurança? Segundo o relatório “Nine business practices for improving safety and health through supply chains and building a culture of prevention and protection”, elaborado pela United Nations Global Compact e pela OIT, estima-se que os custos diretos e indiretos dos acidentes e doenças de trabalho representem cerca de 4% do PIB mundial. Existem, desde logo, os custos diretos relacionados com a prestação de cuidados de saúde aos colaboradores que se encontram feridos ou doentes. Além disso, as empresas têm que lidar com outro tipo de perdas, associadas às horas extra necessárias para recrutar e formar trabalhadores substitutos e também com os possíveis atrasos no cumprimento de prazos na sequência dos acidentes. A somar a todos estes aspetos, é preciso contabilizar os danos reputacionais que as empresas enfrentam por não proporcionarem as condições de trabalho seguras para os seus colaboradores. Estes são, por isso, motivos mais do que suficientes para as empresas tomarem desde já medidas práticas. O objetivo é claro: reforçar a prevenção de acidentes de trabalho, impulsionar uma cultura de segurança nas suas organizações e, assim, proteger aquele que é um dos seus principais ativos, os colaboradores. 4 passos para a criação de uma cultura de segurança na logística Embora estas preocupações sejam transversais a todo tecido empresarial, há áreas de atividade mais críticas. A manufatura, a construção, o transporte e o armazenamento devem prestar especial atenção a estes temas, uma vez que são os setores onde se registam um maior número de acidentes de trabalho, segundo a United Nations Global Compact. Na verdade, ao longo das diversas fases do processo logístico podem ocorrer diversos incidentes que põem em causa a segurança e saúde dos colaboradores de uma empresa. Nos armazéns, por exemplo, as quedas são uma das situações mais frequentes. Da mesma forma, as quedas de objetos e os colapsos de prateleiras são incidentes comuns. Todas estas situações conduzem à ausência dos colaboradores durante dias (ou mesmo semanas). Também no transporte, a segurança é um tema chave. No contexto atual, em que os tempos de entrega são cada vez mais curtos, a urgência de executar entregas rápidas conduz frequentemente a comportamentos de risco que podem levar ao aumento do número de acidentes. É, pois, crítico para as empresas da cadeia de abastecimento criar um conjunto de procedimentos de segurança que lhes permitam entregar aos clientes os seus produtos, dentro dos prazos estipulados e com a máxima segurança. Mas como se implementa, em termos práticos, uma cultura de segurança na logística? Garantir o cumprimento das normas e da legislação de trabalho é um ponto essencial, mas para criar um verdadeiro ambiente de trabalho saudável é necessário ir mais além e incutir junto de cada colaborador a importância do conceito de segurança. Eis algumas sugestões para criar uma política de prevenção de acidentes de trabalho: Foco nos comportamentos A implementação de uma cultura de segurança na logística implica um trabalho em duas dimensões diferentes e complementares: a técnica e a comportamental. A parte técnica passa por assegurar aspetos como: a existência de equipamentos de proteção individual, a manutenção periódica de todas as máquinas e equipamentos e a prestação da informação a todos os colaboradores sobre os procedimentos que devem seguir para evitar acidentes. No entanto, tão importante como esta dimensão é o foco nos comportamentos. Ou seja, é importante identificar quais são os comportamentos e processos de risco na empresa que colocam mais em causa a segurança dos colaboradores e atuar sobre esses comportamentos. Ao mesmo tempo, é importante celebrar as pequenas vitórias e incentivar os comportamentos positivos. Estabelecer objetivos A criação de um ambiente saudável de trabalho e de uma cultura de segurança na logística implica a definição de metas específicas (mesmo que estas sejam ambiciosas). Para perceber se a empresa está ou não num bom caminho para atingir os objetivos alcançados, é importante o acompanhamento de métricas e de indicadores de segurança. Para isso, as organizações deverão colocar a tecnologia a seu favor. Recorde-se que as empresas logísticas estão cada vez mais a apostar em soluções tecnológicas avançadas e na integração de sistemas para gerirem as suas operações. As organizações poderão usar essas ferramentas de análise inteligente para rapidamente monitorizar os principais indicadores de segurança e avaliar como está a progredir a implementação das práticas de prevenção de acidentes no trabalho. A importância do exemplo dos líderes As palavras e ações da equipa executiva e das chefias de primeira linha exercem uma grande influência na forma como as mensagens e os valores da organização são compreendidos. Assim, se a segurança é uma prioridade da empresa, o CEO e os restantes líderes deverão, sempre que possível, reforçar nos seus discursos a importância da adoção de comportamentos e procedimentos corretos para garantir a saúde e o bem-estar de todos. Da mesma forma, sempre que os líderes se deslocam a um armazém onde é recomendável o uso de equipamento de proteção individual devem dar o exemplo e usar o equipamento adequado. Envolver os colaboradores: Para atingir os objetivos propostos em termos de segurança de trabalho, a empresa vai necessitar do contributo e da colaboração de todos os funcionários. Na verdade, as organizações com uma cultura de segurança mais forte são aquelas em que todos os colaboradores se sentem responsáveis pela sua segurança e pela segurança dos seus colegas. Por essa razão, é importante criar mecanismos que envolvam os colaboradores neste processo de criação de uma cultura de segurança na logística através, por exemplo, da criação de canais que lhes permitam apresentar sugestões de melhoria. Da mesma forma, as empresas deverão apostar em soluções que permitam aos colaboradores fazerem um rápido reporte de incidentes que possam ocorrer. Só com o conhecimento dos incidentes a empresa poderá agir para evitar que situações semelhantes voltem a repetir-se com outros colaboradores. Assim, ao definirem um conjunto de regras e procedimentos de segurança, ao implementarem uma verdadeira cultura de prevenção de acidentes de trabalho, as empresas estão a contribuir para a criação de um ambiente de trabalho mais seguro. Ao mesmo tempo, conseguem aumentar os níveis de satisfação dos seus colaboradores, melhorar a gestão do risco e reduzir os custos com acidentes. Todas as partes saem beneficiadas. Se tem dúvidas sobre como tornar o processo logístico da sua empresa mais eficaz e seguro, contacte-nos. O grupo Rangel tem uma vasta equipa de especialistas e um conjunto alargado de soluções logísticas, para garantir que o seu negócio tem todo o apoio para ser bem-sucedido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:Organização Internacional do Trabalho. “Segurança e saúde no trabalho”. Acedido a 1 de outubro de 2021.https://www.ilo.org/lisbon/temas/WCMS_650864/lang–pt/index.htmUnited Nations Global Compact. “Nine business practices for improving safety and health through supply chains and building a culture of prevention and protection”. Acedido a 1 de outubro de 2021.https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/—dgreports/—dcomm/documents/briefingnote/wcms_821481.pdfEduMe. “How to build a safety-first culture in logistics. 7 top tips”. Acedido a 1 de outubro de 2021.https://edume.com/blog/logistics-safety-cultureSupply Chain Brain. “Two vital elements of a safety-first workplace culture”. Acedido a 1 de outubro de 2021.https://www.supplychainbrain.com/blogs/1-think-tank/post/32165-safety-culture-in-the-supply-chain-getting-back-to-basicsInbound logistics. “7 Tips to driving a strong safety culture”. Acedido a 1 de outubro de 2021.https://www.inboundlogistics.com/cms/article/tips-to-driving-a-strong-safety-culture/ Etiquetas:logística segurança Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter Partilhar no LinkedIn
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